Num período da Roma antiga, era costume dos pais romanos serem os primeiros educadores de seus filhos. Na primeira infância (até os seis anos de idade) a criança era educada pela mãe e, depois, era passada para os cuidados educacionais do pai. Tanto o servo-pedagogo como o mestre-escola eram alijados do processo de formação da consciência das crianças romanas no que diz respeito às normas da classe e da sociedade, bem como no que concerne às crenças e valores.
Nos tempos do Imperador Tibério, a criança, depois dos sete anos, ia para a escola do ludimagister para aprender as primeiras letras; aos doze anos, freqüentava a escola do grammaticus (lugar onde aprendia geografia, história, gramática etc) e, a partir dos dezesseis anos, ela freqüentava a do lector (nível superior).
A semelhança dos pais da Roma antiga, os pais cristãos também enviam seus filhos para a escola. É evidente que eles estão corretos quanto a isso, pois é na escola que seus filhos terão acesso ao conhecimento sistematizado, um direito inalienável. No entanto, apenas enviá-los a escola não põe fim às responsabilidades deles quanto a este mister. Acompanhar a vida estudantil de seus filhos é um dever permanente dos pais. Essa atenção precisa se dar em várias instâncias, porém, a que me interessa citar aqui esta relacionada ao conhecimento do conteúdo dos livros didáticos e ao que é dito em sala de aula.
Não existe educação neutra. O ato de educar dentro do espaço escolar sempre corresponderá a ideologias. Isto é líquido e certo. No entanto, ultimamente, as tentativas governamentais de impor uma educação para formação de ativistas nas instituições públicas são explícitas e vergonhosas. O meio para chegar a este fim tem sido a confecção de livros didáticos com conteúdos que correspondam aos anseios totalitários e controladores do Estado chefiado pelo PT. O Senador Demóstenes (DEM/GO) Torres no Plenário do Senado falou sobre isso (veja aqui).
As incursões do governo para a doutrinação de estudantes do ensino fundamental (séries iniciais e finais, por exemplo) objetivam, também, solapar valores judaico-cristãos presente no tecido social (vide propostas relacionadas à sexualidade como o “Kit Gay”). Como sou favorável ao envio e a manutenção dos filhos no sistema educacional formal, acredito que a única maneira dos pais cristãos se oporem aos estratagemas alienantes do governo é portarem-se como os romanos antigos que educavam seriamente seus filhos em casa com vistas à preservação dos valores e crenças que lhes eram caros. O ato educativo também ocorre em casa. Aliás, é o seio familiar o primeiro ambiente onde a educação se dá. Perguntar sistematicamente aos filhos o que anda ensinando os professores e analisar os livros didáticos são atitudes indispensáveis nessa guerra pela educação de nossas crianças e preservação dos valores eternos no coração delas. Não há espaço para desleixos!
Sei que muitos pais cristãos não possuem formação acadêmica para penetrar em conteúdos doutrinadores e ideológicos. Porém, acredito que o labor para inculcar nas crianças cristãs a necessidade da vivência e da manutenção do conteúdo do Evangelho deve preocupar também as comunidades e os líderes cristãos. Nesse sentido, os mais preparados precisam auxiliar os mais vulneráveis.
Plutarco, escrevendo sobre como Roma “domou” os espanhóis, disse:
- “As armas não tinham conseguido submetê-los a não ser parcialmente; foi a educação que os domou.”
Senhores pais cristãos, separem tempo para educar seus filhos e para desconstruir, caso seja necessário, os arranjos ideológicos de um governo que objetiva tomar os vossos lugares na educação de seus rebentos e fazer deles seus militantes alienados.
Por Zwinglio Rodrigues